Bravos do pelotão: Grande Repositório Nacional de Notícias sobre o Novo Aeroporto

Se quiser envie-me hiperligações: eu encarrego-me de as disponibilizar aqui.

gabriel.orfao.goncalves@clix.pt

;)

Anónimo disse...: Esta questão do aeroporto da Ota tem muito que se lhe diga. Neste momento ha duas hipoteses em cima da mesa: Ota e Rio Frio.
Entre estas duas, é sem dúvida preferivel a hipotese da Ota.

As conclusões do relatório da Comissão de Avaliação do Impacto Ambiental (CAIA) baseou a sua escolha na Ota, em detrimento de Rio Frio, com base em vários itens considerados determinantes. O primeiro item considerado pela comissão teve a ver com a classificação dos estuários do Tejo e do Sado como "sítios de importância comunitária", surgindo como "factores conflituais" para a localização do futuro aeroporto em Rio Frio. A região de influência possui um dos maiores "lençóis freáticos da Europa", que importa preservar. A composição dos terrenos, devido à confluência dos estuários - Tejo e Sado, torna difícil a consolidação dos mesmos, pelo que qualquer obra implica custos acrescidos.

Os impactos nos habitats naturais e nos corredores ecológicos que o aeroporto iria provocar em Rio Frio colocaria em risco as áreas protegidas da península de Setúbal. Fonte da NAER realça que Rio Frio não foi escolhido por causa do impacto negativo ao nível ambiental. O relatório da CAIA realça ainda como factor fundamental "o risco de colisão de aeronaves com aves", que em Rio Frio é maior, face à Ota.

Claro, que se deveriam equacionar outras (e melhores) localizações, no entanto isso levaria tempo, demasiado tempo. Se o projecto avançar agora, só estará concluido daqui a 10 anos (2017) altura em que se prevê que o aeroporto da Portela atinja a sua capacidade máxima.
Penso que nesta questão não se deve adoptar uma visão estritamente economicista, há que perceber que os danos ecológicos provocados pelo aeroporto em Rio Frio seriam bem superiores aos prejuizos económicos de um aeroporto na Ota.; quarta-feira, 18 abril, 2007
Gabriel Órfão Gonçalves disse...: Resposta:

Julgo que hoje ninguém dá a cara por Rio Frio.
Lembro as palavras do eng. Luís Leite Pinto no Prós e Contras de 26-03-2007: "Rio Frio está morto e eu não o vou ressuscitar".
Portanto a questão não é entre a Ota e Rio Frio. Não conheço ninguém que hoje defenda Rio Frio.

Quanto ao aquífero Tejo-Sado, o Prof. José Manuel Viegas do IST disse no Prós e Contras que o índice DRASTIC (veja no google) era o mesmo na Ota e na zona Poceirão/Faias. Não foi contestado neste aspecto, retorquindo-lhe o eng. Fernando Santana que a tipologia de recarga do aquífero na zona da margem Sul era mais desfavorável que na Ota.
Não percebo bem como: o índice DRASTIC apresenta um resultado que é já necessariamente influenciado pelo tipo de recarga.

Quanto à sua afirmação de que a composição dos terrenos na zona de Rio Frio torna difícil a consolidação dos mesmos, isso é para mim inédito. Julguei que isso só acontecia na Ota. Não terá sido lapso seu? Não o quer pôr em causa, claro, mas é para mim surpresa! Se me trouxer a fonte dessa informação...

Quanto aos restantes aspectos ambientais em Rio Frio:
Poceirão e Faias estão fora dos corredores ambientais. É verdade que ficam perto de Rio Frio, mas estão fora dos corredores. Não se pode querer um mapa para reprovar Rio Frio e não querer o mesmo mapa para aprovar o que está numa zona ambiental diferente da de Rio Frio.
Em suma: Poceirão e Faias estão fora dos corredores ambientais; Rio Frio dentro. Rio Frio está morto. Os outros: aprofunde-se a investigação.

O risco de colisão com aves é maior em Rio Frio do que na Ota.
Certo.
E nas Faias/Poceirão?
Há que saber depois, ainda, qual o risco absoluto e se é suportável.

Portanto: muito estudo nos espera pela frente.
Infelizmente os estudos foram muito mal conduzidos: assim que se começou a apontar para a Ota, ninguém mais se deu ao trabalho de procurar outras localizações.

Mas se os aterros da Ota vão demorar 3 anos, talvez valha a pena gastar 1 ano que seja a explorar as hipóteses Faias/Poceirão.
Se eu mandasse era isso que faria.
Conheço 6 engenheiros que pensam assim. Não conheço nenhum que tenha vindo dar a cara pala Ota, exceptuando o eng. Ravara e o eng. Fernando Santana. Ambos parte no processo: foram consultores na "solução Ota". Mesmo que tenham errado nunca o vão admitir.
Pelo contrário, os críticos da Ota fazem-no desinteressadamente, até prova em contrário.

Só mais uma coisa: em 1972, o GNAL chegou à conclusão de que nunca se poderia querer um aeroporto com menos de 4550 hectares, isto segundo o parecer do consultor mais optimista. O outro consultor fixou o mínimo em 6440 ha. O aeroporto da Ota não chega a 2000 ha.

Pergunto: se a Ota tivesse ficado logo exculída por impossibilidade de preencher o requisito "espaço", haveria hoje as mesmas preocupações com o ambiente?

E na Ota, não há ambiente, com um índice DRASTIC tão elevado? - é o mesmo de Poceirão/Faias...

Obrigado pelo seu comentário!

Cumprimentos,
Gabriel; quarta-feira, 18 abril, 2007

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