domingo, 22 de abril de 2007

Carta aberta ao Sr. Presidente da Mota-Engil


Caro Sr.:

Publicaram o Portugal Diário, aqui

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?div_id=291&id=798993

e a Agência Financeira aqui

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=798875

artigos onde se diz que o Sr. terá afirmado que o aeroporto tem de ser na Ota se Lisboa quiser ter um aeroporto em 2017.

Parto naturalmente do princípio de que o que estes sítios transmitem é integralmente verdadeiro.

O fim deste blogue é promover a luta pela verdade e pela seriedade na questão do novo aeroporto, em geral, e na questão da Ota, em particular.

Aqui luta-se por Portugal: pela sua perpétua independência (única garantia da especificidade e valor historico-culturais do povo que vive politicamente organizado neste território), pela decência da discussão política, pela fundamentação verdadeira (verdade científica e histórica) e séria (utilização das verdades sem desonestidade intelectual) das opiniões.

Gostaria de desafiar daqui publicamente o Sr. Presidente de uma tão prestigiada e conhecida empresa a responder por que razão entende o Sr. que o aeroporto tem de ser na Ota se Lisboa quiser ter um aeroporto em 2017.

Não vou afirmar sem mais que o Sr. está mal informado. Mas vou dizer – porque já não sou tímido e nunca fui submisso –, que me inclino para que essa seja a verdade.

E, naturalmente, a má informação gera, por si só, prejuízos. É uma condição das nossas sociedades contemporâneas, para o bem e para o mal. Prejuízos que numa pessoa que é Presidente da Mota-Engil alastram ao País. Porque os homens de negócios – de grandes negócios – não podem falar ao país imponderadamente. Quando o fazem deixam de ser o farol social e económico que é seu dever moral serem para a Nação.

Diga-nos, por favor, que informações tem que lhe permitam afirmar tão categoricamente que, para haver aeroporto em 2017, ele tem de ser na Ota.

Tenho a certeza de que este desafio não lhe causará melindre, nem ao Sr. Presidente, nem à empresa que dirige, nem aos seus trabalhadores e colaboradores. Em Portugal os grandes homens nunca se melindraram, porque nunca proferiram afirmações sem base de sustentação.

O Sr. Presidente da Mota-Engil tem neste blogue direito de resposta para dizer ao país porque são verdadeiras e sérias as declarações que o subscritor destas linhas considera serem, ao invés, erradas e imponderadas.
(Para a fundamentação destes adjectivos leia o leitor os factos e as opiniões que se divulgam neste blogue e nos sítios/blogues nele sugeridos.)

Sei que não deixará de me responder: quando comunicamos com frontalidade e sinceridade fazemos sempre surgir nos outros o desejo de dialogar, de responder. É até, creio, uma lei da natureza social do homem, a que ninguém consegue furtar-se.


Envio ao Sr. Presidente da Mota-Engil os meus respeitosos cumprimentos,

Gabriel Órfão Gonçalves


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