domingo, 15 de novembro de 2009

Plano Integrado de Transportes, do Eng. Luís Cabral da Silva, Especialista em Transportes pela Ordem dos Engenheiros

Recomendo uma leitura atenta ao documento infra.

Se não o puder fazer, dê pelo menos uma vista de olhos a este estudo da autoria do Eng. LUÍS CABRAL DA SILVA, Especialista em Transportes pela Ordem dos Engenheiros.

http://sites.google.com/site/planointegradodetransportes/



Só mais isto, que pode parecer à parte mas não é: se acha que os comboios não são necessários para o transporte de mercadorias, e que o que é bom é mais e mais e mais camiões TIR nas nossas estradas, veja estes vídeos:

http://www.youtube.com/watch?v=H5-5z8VlvFY&feature=related
Agora imagine que conduz o Mercedes Classe S, mas em vez do pequenito Smart está lá um camião TIR cujo condutor adormeceu ao volante. O que acontece ao seu Mercedes não é o mesmo que acontece neste vídeo ao Smart... é muito pior, porque se o Smart pesa 1/3 do Mercedes, um Mercedes pesa 1/10 ou menos do que um TIR carregadinho... Os crash tests são muito bonitos quando feitos a 64Km/h contra uma pequena barreira deformável (como se diz no 2º vídeo) ... mas na realidade acontecem às vezes contra camiões de 25t que se deslocam contra nós a 100 Km/h. A esses ninguém sobrevive. Ninguém, ok? Veja o 3º vídeo se não for uma pessoa muito sensível.

http://www.youtube.com/watch?v=1MsqJFoWSjI&feature=related
O ADAC (o ACP da Alemnaha, digamos assim), demonstra a ingenuidade (eu diria estupidez) dos testes actualmente feitos pelo EuroNCAP (organismo europeu pago com o nosso dinheiro), a 40 milhas por hora, ao comparar com crash tests feitos a velocidades superiores. Conclusão: a velocidade pode não ser causa do acidente, mas é sempre causa dos danos. Sempre. As pessoas morrem do impacto (desacelerações/impactos excessivos para órgãos vitais do corpo humano, como cérebro, para os ossos que protegem órgãos vitais, artérias e veias que, em resultado de fracturas, acabam por causar perda de sangue que leva à morte, etc...), não morrem de falta de ar, ok?

http://www.youtube.com/watch?v=ZSeb6ou1vRk&feature=related
Não muito chocante, mas não recomendado a pessoas sensíveis: vídeo captado por câmara de segurança de uma colisão envolvendo dois TIRs e alguns automóveis. Ao minuto 0:09 aparecem no canto inferior direito dois carros (o Mercedes e o BMW referidos na explicação do vídeo) que seguem muito próximos, de tal forma que no momento do acidente é quase impossível vê-los aos dois. São esses os carros referidos na explicação do vídeo como tendo os seus ocupantes falecido.

E para rematar: paremos de dizer TGV!!!. Portugal precisa de vias férreas em bitola internacional (= europeia) para podermos exportar e importar mercadorias e tirar os camiões das estradas. Bitola é a distância entre carris, que no formato ibérico é de aprox. 1,70m e na restante Europa é de aprox. 1,40m. A Espanha tem uma cada vez maior rede de ferrovia em bitola europeia. (A comunicação social e os governantes cá do rectângulo dizem que Espanha tem uma cada vez maior "rede TGV"... Se a parvoíce pagasse imposto e pudesse ser exportada, o défice era zero e a balança comercial era sempre a subir...)

À custa de não termos a mesma bitola que a Europa além Pirinéus, no ano passado exportámos, por comboio, apenas 8 toneladas para a Alemanha (8 toneladas são 2 ou 3 contentores. Ou talvez só 1, quem sabe... Este vídeo, espanhol, aqui:
documenta a demorada e custosa operação de mudança de rodados a um comboio para este poder entrar na linha europeia). O resto do que exportámos foi ou de barco ou de camião. O custo da exportação por camião prejudica gravemente a nossa economia, que também importa muita mercadoria por camião. Quem paga tudo isto somos nós.

O essencial é a mudança de bitola, (para que os comboios saiam de Portugal e possam continuar a viagem além Pirinéus, e vice-versa), não é a velocidade. Por isso paremos todos de falar em TGV, e falemos de ferrovia em bitola europeia. Os comboios que venham a circular nessas vias precisam de ser rápidos (250-300 Km/h) apenas na linha Lisboa-Madrid (de modo a poderem competir com o carro e com o avião - créditos a Rui Rodrigues e Luís Cabral da Silva nesta questão). Nas outras linhas a alta velocidade não é essencial. Já temos o Alfa que dá 220 km/h e o Intercidades que dá 200km/h. Só não se anda mais depressa porque as linhas estão uma miséria. Este Governo quer construir 5 linhas "Tê Gê Vê" (treta de gestão variável, é o que quer dizer...), mas não consegue mandar desnivelar as passagens de nível que existem no País, e que obrigam a afrouxamentos recíprocos do tráfego rodo e ferroviário! É obra! Se querem dar contratos à Mota-Engil, ao menos que seja para evitar que todos os anos morram portugueses nas passagens de nível. Há muita obra ÚTIL para fazer. É essa que tem de ser feita. Façam-na!

p.s.: quando é que no parlamento aqueles tipos começam a discutir o que realmente interessa? ou ainda vão demorar o resto do ano a discutir o "casamento" ou a nóvel "união de facto registada" entre pessoas do mesmo sexo? Dêem-lhes esse direito, pá!, e deixem o País concentrar-se no que é essencial!

4 comentários:

Eduardo Miguel Pereira disse...

Pois é Gabriel, esta gente está muito mais interessada nos seus beneficios pessoais, via vida política, do que no desenvolvimento sustentado do País.
Era preciso renovar o elenco total que hoje se vê naquele hemiciclo !

Anónimo disse...

Não sei se é o mesmo que fez um comentário na SIC, mas se é respeite quem trabalha e quem morre, mesmo que seja culpado. O Senhor é culpado de falar de mais, sem conhecer os dados. Reforme-se e dedique-se à pesca.

Gabriel Órfão Gonçalves disse...

Anónimo deixou esta mensagem às 31/07/2020, 19:58 (de acordo com o meu mail). Os comentários aqui não são publicados automaticamente. Publiquei porque estou curioso em saber a que propósito ou despropósito vem isto, e, como o autor não se identifica (mais um a escolher o anonimato), a única maneira que tenho de lhe dirigir perguntas é publicando o comentário dele e perguntar-lhe ao que vem com este comentário, acima publicado e que cito:

«Não sei se é o mesmo que fez um comentário na SIC, mas se é respeite quem trabalha e quem morre, mesmo que seja culpado. O Senhor é culpado de falar de mais, sem conhecer os dados. Reforme-se e dedique-se à pesca.»

Hein? Nunca fiz nem faço comentários na SIC! Isto vem a propósito de quê? Eu sou culpado de falar de mais? Mas a que propósito vem isto? Veja se diga ao que vem! Ao menos exprima-se de forma a perceber-se o que quero dizer.

Gabriel Órfão Gonçalves disse...

Errata e adenda ao comentário anterior:

«Ao menos exprima-se de forma a perceber-se o que QUER [e não o que quero, como por lapso escrevi no comentário anterior] dizer.»

Por acaso não está a confundir-me com algum especialista em ferrovia não? Como falou em SIC, e ontem houve um acidente ferroviário, imagino que deve ter visto talvez o Eng. Cabral da Silva a falar na SIC. Ontem não vi um minuto de televisão, por isso não sei se ele foi lá ou não. Será isso? Como colocou a mensagem aqui, em que eu, Gabriel Órfão Gonçalves e autor deste blogue, apresento um trabalho desse extraordinário Engenheiro português com quem tanto aprendi, se calhar, dizia eu, você está a confundir-me com ele. Eu comentários na SIC não faço nem nunca fiz.

Mas bem, diga lá ao que vem mas de maneira a que se faça compreender, para eu perceber o mistério de ter recebido um comentário tão estranho!