quinta-feira, 10 de abril de 2008

Prof. Paulino Pereira (Inst. Sup. Técnico)

(Apresentamos o resumo da intervenção do Prof. Paulino Pereira na Sociedade de Geografia)



J. Paulino Pereira - Março 2008
Sociedade de Geografia

Ideias base da minha intervenção

1. Mais travessias sobre o rio Tejo a ligar as 2 margens do rio na zona da Mega-Lisboa

A cidade de Lisboa não é só o Município de Lisboa (e ainda menos só o Terreiro do Paço)
Daqui resulta a noção de Mega-Lisboa (Mega-Lisboa é a Área Metropolitana de Lisboa +
concelhos em vias de terciarização)

Há movimentos pendulares dos concelhos limítrofes para o concelho de Lisboa
Há movimentos pendulares do concelho de Lisboa para os concelhos limítrofes
Já há muitos movimentos pendulares entre concelhos limítrofes

Mega-Lisboa deveria ter gestão autónoma, ou seja dever-se-ia acabar com os presidentes das
Câmaras dos concelhos da Mega-Lisboa e eleger um Presidente da Mega Lisboa (os actuais
Presidentes das Câmaras seriam os Presidentes das Freguesias da Mega Lisboa)

É necessário fazer novas travessias do rio Tejo na região de Lisboa, para juntar as duas partes de
Lisboa (margem Norte e margem Sul)

É necessário que Mega Lisboa tenha uma massa crítica demográfica de 5 milhões de habitantes
em meados do século 21 para ser concorrencial em termos europeus

Para criar estrutura urbana coesa é necessário coser as 2 margens, com travessias ferroviárias e
com travessias rodoviárias (quanto mais, melhor…)

Estudos GATTEL (1991)

Dos estudos do GATTEL, verifica-se que as travessias a fazer a breve trecho são as seguintes:

• Chelas Barreiro (vocação predominantemente ferroviária, mas pode ter componenterodoviária)

• Algés Trafaria (vocação predominantemente rodoviária)

2. Alternativas em túnel e em ponte

a)Alternativa 1 – Túneis

Seria preferível travessias em túnel, por razões paisagísticas e para não afectar o belo panoramado Estuário (embora mais cara)

Soluções em túnel pelo substracto rochoso (abaixo das aluviões) são muito compridas e obrigama estruturas muito feias e grandes (os edifícios de ventilação)

Soluções em túnel, assente sobre aluviões (caixões prefabricados de betão ou tubulões de aço), implicam que se encontre camada arenosa com características de suporte e que não sofraassentamentos diferenciais

Zona do Mar da Palha (travessias Chelas-Barreiro e Beato-Montijo) – não parece ser possível(lodos argilo-siltosos e silto-arenosos, zona de Barreiro, problema de sedimentos contaminadospela indústria química)
Tenho proposto solução de túnel assente sobre aluviões para a travessia Algés-Trafaria, desdeque se encontre essa tal camada arenosa com características de suporte (dr. Ricardo Oliveira,COBA, que fez estudos sedimentológicos do rio Tejo, no âmbito da sua tese para especialista doLNEC, na década de 60, diz que mesmo aí não é possível).
Só a realização de sondagens poderá confirmar essa possibilidade de solução)


b) Alternativa 2 – Ponte

b1) Ponte Beato-Montijo

Não serve população da margem Sul da Mega-Lisboa (zona central), só serve aeroporto e AVF(Alta Velocidade Ferroviária) com nó em Canha

Frankfurt - com S-Bahn, U-Bahn e ICE (alta velocidade alemã) - só 27% vão de comboio para aeroporto

Paris Charles de Gaulle com comboio suburbano e TGV, só 20% vão de comboio para aeroporto

Aeroporto de Canha (incorrectamente apelidado de Alcochete) – estudo propõe 35%, 40% e atése fala em 50% a ir de comboio para o Aeroporto (parece pouco credível…)

Não se faz uma travessia (corredor ou túnel) para servir só um aeroporto…

b2) Ponte Algés-Trafaria

Serve população da margem Sul da Mega-Lisboa (zona Poente), nunca serve aeroporto (semudado de local), nunca serve AVF (Alta Velocidade Ferroviária)

Descongestiona a ponte 25 de Abril

Prevista já no tempo de Salazar (década de 60), em alternativa à ponte 25 de Abril

Ponte suspensa (=ponte 25 de Abril)

Ponte com componente rodoviária essencial (=ponte 25 de Abril)

Pode ter componente ferroviária acessória (=ponte 25 de Abril)

Inserção na margem Norte: vertente Oeste da serra de Monsanto

Inserção na margem Sul: Alto da Trafaria

b3) Ponte Chelas Barrreiro

Serve população da margem Sul da Mega-Lisboa, serve aeroporto (se mudado de local), serveAVF (Alta Velocidade Ferroviária)

Ponte com componente ferroviária essencial: TGV, suburbanos, shuttle aeroporto

Ponte com componente rodoviária acessória (pode ser feita depois de 2 a 3 anos de início deexploração ferroviária, para “acalmar” a concessionária da ponte Vasco a Gama)

Inserção na margem Norte: defendo um corredor mais a Poente do proposto pela RAVE,entrando pelo Vale.

• componente ferroviária - serve bem linha de cintura; serve bem nova estação de Lisboa-Norte (Lisboa-Chelas);

• componente rodoviária - serve bem “Circular da Ponte” do Plano de Urbanização de Duarte Pacheco (avenida Estados Unidos da América – avenida das Forças Armadas –nó de Sete Rios).

Inserção na margem Sul: defendo o corredor tradicional, por cima da zona industrial doBarreiro.
Estrutura da ponte: atirantada (preferível)

• Ponte principal (cala Norte): o vão pode ser igual ao da Ponte Vasco da Gama e alturade 40 a 50 m acima do plano de água

• Pendente de Norte para Sul

• Ponte secundárias: cala Sul): o vão pode ser igual ao da Ponte Vasco da Gama e alturade 30 m ou menos acima do plano de água

3. Proposta ferroviária na Península de Setúbal


3.1 Linha de bitola europeia (a encarnado) = linha de alta velocidade

Linha Lisboa – Évora – Badajoz – Madrid

Linha shuttle entre 2 aeroportos (AEROPORTO Lisboa – Portela e AEROPORTO Lisboa –
Setúbal), com paragens em estação de Lisboa Norte e Barreiro

Linha suburbanos da região Sul da Mega-Lisboa

3.2 Estações de CF na Mega-Lisboa

a) Estação Central de Lisboa – Norte

Localização em Chelas (e não na Gare do Oriente como RAVE defende, embora essa alternativa
seja sempre possível se se expropriarem os terrenos a Oeste)

Estação só para passageiros

b) Estação Central de Lisboa – Sul

Localização no Aeroporto Lisboa-Setúbal (passageiros), e ao lado da plataforma logística do
Poceirão (mercadorias).

c) Estação no Aeroporto de Lisboa-Portela

d) Estação de sub-urbanos, Barreiro

Qualquer estação poderá ser um espaço polivalente, com centro comercial, zona de serviços,
zonas de restauração, hotéis, etc..

Estação é um investimento que atrai investidores, nomeadamente do sector imobiliário

3.3 Linha de shuttle Aeroporto-Portela (Norte) e Aeroporto Lisboa-Setúbal (Sul)

Serve passageiros dos aeroportos

Serve Mega-Lisboa e centro de Lisboa

Serve investidores dos aeroportos que rendibilizam melhor o projecto

3.4 Área de reserva de infraestruturas logísticas e de transportes

Prever zona de reserva (defini um quadrilátero com verticais em Pinhal Novo e Marateca e
estendendo-se desde o rio Tejo ao rio Sado)

Considerar zonas de protecção ambiental

Gestão autónoma das autarquias



3.4 Aeroportos na Mega-Lisboa:

a) AEROPORTO Lisboa – Portela

O actual, sem base militar e só para passageiros (retirar mercadorias)

b) AEROPORTO Lisboa – Setúbal

Algures dentro do quadrilátero Pinhal Novo – Faias – Marateca – porto de Setúbal, com
geocentro em Poceirão

Construção faseada do Aeroporto Lisboa-Setúbal: 1º pista para low-cost e mercadorias; depois
aeroporto completo à medida das necessidades e da procura;

Aeroporto bem servido por rede rodoviária convencional

Aeroporto bem servido por rede de alta velocidade rodoviária (auto-estradas), está junto do nó
da Marateca (cruzamento do eixo Porto – Algarve com eixo Lisboa – Évora – Badajoz)

Aeroporto bem servido por rede ferroviária convencional, junto de nó do Poceirão, com ligação
a porto de Setúbal e Sines; e junto do nó de Pegões, com ligação a Setil e Norte, porto de Sines,
Alentejo e Algarve)

Aeroporto bem servido por rede ferroviária de alta velocidade (linha Lisboa – Évora – Badajoz
– Madrid)

c) Aeroporto Militar no Montijo (actual base aérea), eventualmente remodelando a pista
principal para ser paralela à do aeroporto de Lisboa-Setúbal (orientação Norte-Sul preferencial)

d) Aeroporto em Canha (proposta da CIP)

É a pior localização da margem Sul (mas mesmo assim é melhor do que a Ota…)
Localização na Ota é péssima; localização em Canha (Alcochete CIP) é má; localização na zona
Pinhal Novo – Poceirão – Faias é bom

Está a quase 50 km de distância de Lisboa
Está ainda mais longe para os maiores utilizadores do aeroporto que são os residentes em
Oeiras, Cascais e Sintra

Está longe dos nós da linha ferroviária tradicional (Poceirão, Pegões)
Está longe da linha rodoviária de alta velocidade (nó da Marateca)

Está longe da plataforma logística do Poceirão

Está longe do porto de Setúbal e do porto de Sines

Necessário mudar localização do Aeroporto para E ou para SW como preconizado no relatório
do LNEC (eventualmente será necessário fazer permuta de terrenos entre terrenos do campo de
tiro de Alcochete e zona mais favorável para o Aeroporto. Investidores preferem porque ficam
mais próximo do rio)

3.5 Linha de Alta Velocidade Ferroviária (AVF)

Chega ao centro de Lisboa (e Lisboa não é um ramal)

Segue pelo traçado RAVE na margem Sul (Barreiro – Poceirão – Évora – Badajoz – Madrid)
a) Linha de AVF Lisboa – Porto

Estações têm de passar pelo centro das cidades (em bypass associado a passagem directa na
periferia das cidades) (não concordo com estações de AV a 20 km das cidades como proposto
pela RAVE)

Linha deve ser preparada para passageiros e mercadorias (traçado em planta e em perfil
longitudional compatíveis)

Trecho Lisboa Porto - pode seguir pelo corredor Estação Central de Lisboa – Norte (Chelas) –
Aeroporto de Lisboa-Portela – Loures – Malveira – Torres Vedras – Caldas da Rainha – Leiria,
paragens de AV – só Lisboa e Leiria)
Aproveita-se para fazer linha de sub-urbanos e para AVF
Serve a Mega-Lisboa

De Leiria segue pelo corredor RAVE, a Oeste dos Candeeiros

Importante a chegada ao Porto e ao centro do Porto e ao aeroporto de Pedras Rubras (não
discutir agora)
Jorge Paulino Pereira
Março de 2008

8 comentários:

António Maria disse...

A discussão continua e continuará por mais alguns anos... E este é sem dúvida um bom argumentário a favor do corredor Chelas-Barreiro. Mereceria um Power Point algo cuidado (eu uso o elegante Keynote da Macintosh, claro!) que pudesse ser anexado a vários blogues e sítios web, como o O António Maria e O Grande Estuário.

Bluegrowth disse...

Que tal criar empregos na Margem Sul? Assim já não teríamos de discutir travessias extra sobre o rio.

António Alves disse...

a megalomania das 'elites' lisboetas encontra-se em rédea solta. se os deixarem sacrificarão todo o páis ao seu sonho umbiguista e provinciano de se equipararem a Paris, Londres ou Madrid. Ás Armas!!

PMS disse...

"É necessário que Mega Lisboa tenha uma massa crítica demográfica de 5 milhões de habitantes
em meados do século 21 para ser concorrencial em termos europeus"

Esta frase carece de argumentação. Até porque o país mais bem sucedido em termos europeus é a Irlanda, e tem 5 milhões de habitantes, e não estão todos na Mega-Dublin.

Se isso for importante, espero que o façam através da reprodução. Aliás, se os 5 milhões é um imperativo nacional, façam-no no eixo Viana-Aveiro e não no Leiria-Setúbal, uma vez que este último tem menos população (e muito menos na sua envolvente).

Há ainda uma contradição: se o objectivo são os 5 milhões em Lisboa, secando o resto do país (como se tem feito nos últimos 20 anos), para quê as ligações a Évora, ao Porto, etc? uma vez que estes não terão ninguém?

Já agora, quem vai pagar tanta obra pública e tanta transferência de população? Espero que desta vez seja a grande Lisboa...

Termino dizendo que desejo melhor a Lisboa do que o sr. deseja ao restante Portugal (que existe, e se for província, não é seguramente a província de Lisboa)

Gabriel Órfão Gonçalves disse...

Pede-me o Prof. Jorge Paulino Pereira a divulgação do seguinte:

«Não tenho por hábito entrar em diálogo nos blogues, mas como o dr. Gabriel Órfão Gonçalves pôs os elementos que lhe enviei à disposição de todos, aqui vão as respostas aos comentários efectuados:

António Cerveira Pinto
As minhas apresentações são todas em power point. Nos elementos fornecidos apenas estão os tópicos essenciais das minhas últimas intervenções na Sociedade de Geografia e em Setúbal porque um jornalista me pediu e eu não lhe quis fazer chegar o total da minha intervenção.
Como é evidente, os jornalistas que estão pagos pelas Agências de Informação só publicam aquilo que serve a quem lhes paga.
Neste momento existem 2 tipos de notícias: as pagas pelo Governo que defende a solução Chelas-Barreiro (e neste caso bem, em minha opinião): e as pagas pela Lusoponte/CIP que defendem a solução Beato-Montijo.

Velas do Tejo
A criação de empregos na margem Sul (leia-se no sector terciário e também no secundário) é o resultado normal do crescimento de uma cidade em estrutura radio cêntica ou em cascas de cebola. O obstáculo para o crescimento é precisamente o nosso belo Tejo. E por isso é necessário ligar ambas as margens com pontes ferroviárias e rodoviárias.
As teorias do pós 2ª guerra mundial que falavam em implosão das cidades por "não poderem crescer" acima do seu "limiar de vivência e de congestionamento" mostraram estar completamente erradas. Ora foram estas teorias que representaram o discurso tradicional durante o 25 de Abril e o pós 25 de Abril em Portugal, por certos urbanistas, fossem eles arquitectos, geógrafos ou engenheiros.
De facto estavam errados como o demonstra a existência das grandes cidades actuais no Mundo inteiro. Trata-se, afinal, de uma situação idêntica à dos filósofos gregos que andaram a procurar demonstrar que a Terra era plana e não esférica. Estavam todos errados, mas na época em que viviam eram considerados uns grandes "sábios...

António Alves
Também sou contra a megalomania das 'pseudoelites' lisboetas mas também contra o provincianismo de quem tem vistas curtas.
O que é necessário é saber o que se pretende para o nosso País para daqui a 50 anos (quando já cá não estivermos).
Em minha opinião, o que eu quero é um Mega Porto que seja a capital do Noroeste Peninsular; uma Mega-Lisboa, que seja a capital do Oeste Peninsular, e um Algarve com características de crescimento comparáveis às congéneres europeias. Serão estas 3 zonas que devem funcionar como os motores preferenciais da nossa economia. Sem elas, teremos muitas possibilidades de soçobrar como Pais e como Estado (infelizmente, há alguns pequeno-burgueses de Portugal que ambicionam por isso, na sua ânsia de serem uma província espanhola e não um país de corpo inteiro, e é contra esses que deveremos gritar, em alto e bom som, "Às armas").
Em minha opinião são estas 3 zonas (Mega Lisboa, Mega Porto e Algarve) que representam o Futuro de Portugal. As outras regiões crescem porque estes motores permitem que cresçam.
Convém não esquecer que a entrada de Portugal na UE e nomeadamente a construção da auto-estrada Lisboa-Porto fez aumentar o PIB dessa zona litoral entre as duas principais cidades do País em 5% (paralelamente verificou-se a queda do PIB do Alentejo também em 5%).

Pedro Menezes Simões
Relativamente à necessidade de se terem cidades portuguesas com massa crítica no Futuro, concentradas em 2 ou 3 zonas, julga que a resposta foi dada anteriormente nos meus comentários a António Alves.
Acrescento ainda o seguinte: Portugal só fez a Expansão e as Descobertas, e foi a primeira Potência Mundial, porque, na época, tinha Conhecimento Náutico e Geográfico e também Poder efectivo de Fogo (o Arsenal de Lisboa era dos melhores do Mundo e os nossos navios eram as naves mais bem apetrechadas de então). Mas também porque tinha 1 milhão de habitantes, a Espanha uns 2 a 3 milhões, a Inglaterra 1,5 milhões, a Holanda menos de 1 milhão e assim sucessivamente. A massa crítica de Portugal, em habitantes, era equiparável à dos outros países do Mundo.
Pode parecer estranho para quem não conheça a História Universal e veja o triste lugar em que Portugal agora está (e todos os anos, Portugal vai mais um lugar para trás). Ainda em 1810, na Convenção de Viena, Portugal era uma das 10 Nações mais importantes do Mundo.
Os países que vão ser o Poder do século 21 serão essencialmente as potências continentais porque têm massa crítica dentro deles: China, EUA, Índia, Rússia, Brasil (os célebres BRIC). É por isso que os países da Velha Europa se devem juntar na União Europeia, para terem um mercado potencialmente grande em termos de massa crítica que lhes permita fazer concorrência a estas novas potências mundiais.

Melhores cumprimentos
Jorge Paulino Pereira»

António Alves disse...

senhor professor Jorge Paulino Pereira,

faltou-lhe explicar onde pensa arregimentar os tais 5 milhões de pessoas para a Mega Lisboa e mais uns, pelo menos, 6 milhões para o eixo Viana-Mega-Porto-Aveiro e ainda mais uns 3 milhões para o Algarve e, suponhamos, mais uns 3 milhões para o resto do país. As projecções que existem sobre a população dizem-nos que ela vai diminuir, logo, a menos que algo imprevisto aconteça, se daqui a 50 anos tivermos 5 milhões na 'MegaLisboa' eles terão que faltar em algum lado. Sinceramente os seus argumentos não me convencem e continuo na minha: a intenção é a provinciana pretensão de se alçarem ao nível de Paris, Londres ou Madrid e para isso não se incomodam de transformar Portugal na nova Grécia: uma mega capital e um território restante totalmente desertificado com a excepção de algumas estâncias turísticas nalgumas ilhas medierrânicas. E, tal como diz o Pedro Menezes Simões, o maior eixo populacional português reside no eixo Viana-Aveiro e não no eixo Leiria-Lisboa-Setúbal. Estes delírios só acontecem porque as 'elites' lisboetas confiscaram o estado em seu favor.
quanto à questão espanhola: a minha pátria é aquela que melhores condições de vida e dignidade me dá. seja ela Portugal, Espanha, a Galécia, a Ibéria ou outra qualquer. o nacionalismo burguês do século xix já não me diz nada. se em Lisboa insistirem nestes delírios todos nós, os que não são de Lisboa, temos legitimamente o direito de construir outras soluções

PMS disse...

1- Basta visitar Lisboa num dia normal de trabalho para perceber o que são deseconomias de escala. Não vejo razão para agravar o problema.

2- A concentração populacional não é uma característica essencial dos países desenvolvidos. Basta pensar em países com o Canadá, Suécia, Finlâdia, ou Irlanda.

3- A concentração geográfica é uma forma de ver a economia desactualizada. No sec. XXI falamos em velocidade da economia, e economias de rede. E isto não implica concentração geográfica. Implica comunicação entre as pessoas. E, as vias de comunicação do Sec XXI são as tecnologias de informação. O seu modelo de desenvolvimento tem as desvantagens das deseconomias de escala, o que não acontece com o modelo que eu proponho.

4- Por último, e principalmente, não vejo nenhum sentido (nem justiça, nem respeito pelos cidadãos) em defender que o Estado retire abdique do desenvolvimento de determinada zona do país, e que utilize os recursos dos mais pobres (interior) para dar às regiões mais ricas. Se é para ser assim, demos a independência ao interior. Caso contrário, a solução que defende não é mais do que a constituição de uma espécie de apartheid geográfico no nosso país.

PMS disse...

5- (Agora sim, por último), tecnicamente, a mega-lisboa é a região que vai de setúbal até à Corunha, e tem 11 milhões de habitantes. É a 20ª mega-região do mundo, e a maior da península ibérica. Claramente o problema da mega-região de Lisboa não é falta de tamanho. É antes a mania de que nessa mega-região só interessa a micro-região de Lisboa.